Faleceu nesse final de semana (19/06), aos 88 anos, Mario Rubinski.
Foram mais de 20 anos de convívio intenso no Solar do Rosário e de muito aprendizado com esse expoente da década de 60 na arte do Paraná.
“Artistas da terra fazem coletiva para comemorar aniversário de 40 anos de produção plástica”. Esse foi o título da reportagem do jornal Gazeta do Povo por ocasião da coletiva de Mario Rubinski, Armando Maranhão, Karimi Abdala e Jair Mendes no Solar do Rosário, em agosto de 1998.
Esta exposição foi, para nós do Solar do Rosário, o início de um lento trabalho de conhecimento de um dos artistas mais autênticos de Curitiba.
Escreve Regina de Barros Correia Casillo na introdução do livro “MARIO RUBINSKI” editado pelo Solar do Rosário em 2007.
No mesmo livro, o crítico de arte Fernando Bini é quem melhor defini o homem e o artista: “Parte de uma rigorosa análise do espaço e das formas, qualquer coisa de cézanniano, fazendo com que os objetos escapem da sua realidade material. (...) Sua pintura de paisagem, curricular obrigatória na Escola de Belas Artes, vai se transformando. Dela ele vai extraindo a vida silenciosa da matéria, animada ou inanimada, vai construindo arquitetonicamente o espaço produzindo formas sólidas, algo único e absoluto, uma realidade além das aparências, saídas dos modelos de árvores, riachos, lagos, muros e casas (...)
O desenho esteve na origem e Mario Rubinski nunca parou de desenhar: primeiro são os pequenos esboços feitos em caderno, anotações de ideias, depois é o trabalho sobre chapa de Eucatex (chapas de fibra de madeira), raspando, arranhando, riscando, pintando e raspando novamente... O desenho está na origem de todo o ato plástico, mas a relação do artista com o desenho possui qualquer coisa de privado e secreto.”
A crítica de arte Adalice Araújo, escreve sobre a importância da “Geração 60” para as artes plásticas do Paraná comparando esse grupo de artistas “de fundamental importância para a integração da Arte Paranaense que a ‘grosso modo’ corresponde (no Paraná) ao que a Semana de arte Moderna de 22 representa para São Paulo.”
Fazem parte desse grupo, além de Mario Rubinski nomes como Violeta Franco, Poty, Luiz Carlos Andrade Lima, Massuda, João Osório Brzezinski, Calderari, Helena Wong, Domício Pedroso entre outros. “Os artistas ... atuantes na década de 60, estão de uma forma ou de outra, vinculados a estes dois grupos: ou são ainda remanescentes dos pontos chaves da introdução do Modernismo no Paraná, o Curso de Gravura ministrado por Poty em 50, ou o Atelier Guido Viaro” destaca Adalice e continua “Embora a dominante da plástica paranaense da década de 50 tenha sido o expressionismo, enquanto o abstracionismo predominou nos anos 60, estes artistas seguem as mais variadas tendências.”,
mas enfatiza que “...mais importante do que as correntes que estes artistas seguiram ou seguem é a sua contribuição histórica para a integração da Arte Paranaense à Plástica Nacional.”
O livro conta ainda com diversos textos e mais de 50 imagens de cartazes, gravuras e pinturas de sua trajetória como artista.
Mario Rubinski (Curitiba, Paraná, 1933-2021) Pintor, desenhista e professor. Estudou pintura na Escola de Belas Artes do Paraná e didática de desenho na PUC-PR. Lecionou na Casa Alfredo Andersen, na UFPR e em diversas escolas, foi bibliotecário na seção de Belas artes da Biblioteca Pública do Paraná. Recebeu diversos prêmios em concursos e realizou dezenas de exposições no Brasil e exterior inclusive na Galeria de arte Solar do Rosário em Curitiba. Faz parte de edições de livros de arte do Solar do Rosário.